Leo Pessini ao inicia seu artigo falando que o objetivo é apresentar algumas preocupações que estudiosos contemporâneos analisam em torno da questão de espiritualidade, saúde e conhecimento científico e religião. Pois estas questões têm estado em evidencia na atualidade, no tocante a espiritualidade independe de estar ligado ao transcendente, e em primeiro lugar ele a apresenta uma visão muito difundida de espiritualidade formatada na contemporaneidade relacionada à natureza e à busca de um sentido ou significado de vida, nem sempre ligado a um ser superior. Faz uma incursão a respeito da neuroteologia, discorre a questão do conhecimento cientifico e religioso tomando como base autores contemporâneos, que estudam a temática, no âmbito da biologia e neurofilosofia. Destaca especialmente Dr. Francis S. Collins, cientista diretor do projeto genoma, que afirma ser religioso, fato considerado até recentemente impossível, associa todo este assuntos em uma reflexão em busca da saúde, ressaltando a fé como fator que ajudam nessa questão.
Uma visão atual da espiritualidade, Pessini diz que o tema vem sendo alvo de interesse junto a diversos segmentos da sociedade, especialmente a espiritualidade oriental. Constata-se que o cristianismo institucional vem perdendo interesse para muita gente. Em contra partida tem-se oferecido cada vez mais literatura sobre o tema, em diversos ramos religiosos. Há exemplo: Espiritualidade para céticos: paixão, verdade cósmica e racionalidade no século XXI, de Robert C. Solomon. Afirma que a espiritualidade pode ser separada tanto do sectarismo vicioso quando de banalidades irrefletidas, e a compreende como um amor bem pesado à vida, e diz que busca uma espiritualidade naturalizada, evoca a musica que permite escapar de temores é a natureza por sua beleza e majestade, independente da crença. Cita ainda: Hardwig, que aborda a espiritualidade como se referindo a preocupações em relação ao significado e valores fundamentas da vida, e que não implica crença em um ser supremo; William Breitbart define espiritualidade como aquilo que permite que uma pessoa vivencie um sentido transcendente na vida, também ecoa as contribuições e conceito de Victor Frankl a) Sentido da vida – vida é um dom e tem sentido em nuca cessa de ter; 2) Vontade de sentido – o desejo de descobri o sentido na existência humana; 3) Liberdade de vontade – ter a liberdade de descobri sentido na existência e escolher uma atitude diante do sofrimento; 4) O sentido na vida – centra em três principais fontes: criatividade, amor e atitude, e três problemas: o sofrimento, a morte e a culpa.
Em torno das especulações da neuroteologia, em termos de avanços para conhecer o cérebro humano, pois os cientistas buscam bases biológicas da espiritualidade, o autor relata que é como se idéia de Deus seja uma criação do cérebro. Neuroteologia confundem as experiências espirituais de algumas pessoas que crêem, processam novas descobertas sobre os circuitos do cérebro, mas nada sobre Deus. O erro que Woodward aponta deles é identificar religião como especificas experiências e sentimentos e confundem espiritualidade com religião. Com o progresso dos estudos na área da genética, ouve-se falar se não poderemos identificar o gene da fé! O biólogo molecular Dean Hamer que complicou em seu livro Gene de Deus: com a Fé estar embutida em nossos genes, afirma ter encontrado gene responsável pela espiritualidade. E que os sentimentos mais profundos de espiritualidade seria resultado de uma descarga de elementos químicos cerebrais encontrados por nosso DNA.
Entre a ciência e a religião: alimentando o antagonismo? Reforçando a reconciliação? Ou construindo uma Aliança? Leo Pessini cita autores contemporâneos e pesquisadores no âmbito da biologia e bioquímica refletem esta questão, desde a negação da religião e afirmação somente da ciência, até os que vão defender uma aproximação respeitosa, e por que não até uma harmonia de consciência. Para muita gente ciência e religião estão em guerra. Marcelo Gleiser em um artigo afirma que ingênuo, e desnecessário, imaginar ser possível um mundo sem religião. Diz ele que a função da ciência não é tirar Deus das pessoas, mas oferecer uma descrição do mundo natural cada vez mais completa, contribuindo assim para o alivio do sofrimento humano, seja ele material ou de caráter metafísico, e também que é importante distinguir o espaço de cada uma, religião adota uma realidade sobrenatural coexistente e capaz de interferir com a realidade natural, já a ciência aceita apenas uma realidade natural, declara se a principal razão do conflito entre ambas. David Sloan Wilson, autor do livro A catedral de Darwin: evolução religião e natureza da sociedade, embora declarado ateu, mas um bom ateu, diz como os fiéis, também quero paz e um mundo melhor, afirma que 3% apenas mais cientistas mais respeitados da NAS – EUA acreditam em Deus, tentando desqualificar a religião fala que é um mal que anestesia as sociedade e priva das virtudes da razão. Richard Dawkins autor de A desilusão de Deus, comparando a religiosidade na Europa e nos EUA, declara que os leitores que lerem o seu livro serão ateus quando o terminarem. Mas a outros cientistas apresentam uma realidade mais serena sesta questão de ciência e fé. Píer Luigi Luisi, estuda origem da vida tanto pelo aspecto cientifico quanto cultural e religioso. Sempre haverá a questão de quem fez as moléculas, e por que existe algo em vez de não existir nada, afirma também que o dilema de Deus não pode ser solucionado com lógica, e que muitas coisas ainda não compreenderam e exemplifica com a consciência, também, que a fé é algo sobre o qual não se decide, ou você tem ou você não tem, conclui ele, não tenho.
Francis S. Collins: dois mundos distintos o espiritual e o cientifico, unidos; ele definiu-se religioso cristão convertido, e que na questão religião e ciências, mais do que ver antagonismo, propõe uma convivência harmoniosa, tem uma visão dos cientistas já citados pelo Pessini, diz ainda, que há possibilidade de ser um bom cientista e ao mesmo acreditar em Deus. Autor de A linguagem de Deus: um cientista apresenta evidencia de que Ele existe. Argumenta que a crença em Deus pode ser uma opção completamente racional e que os princípios da fé são, na verdade complementares aos da ciência, apresenta quatro alternativas: ateísmo e agnosticismo; criacionismo, design inteligente e biologia. Diz que em sua opinião, não há conflito entre ser um cientista que age com severidade e uma pessoa que crê num deus que tem interesse pessoal em cada um de nós, e que a ciência é a única forma confiável para entender o mundo da natureza, mas é incapaz de explicar porque existe o universo. Collins foi quem redator o discurso de Clinton, quando da declaração do projeto Genoma, para Collins a experiência de mapear o genoma humano foi, ao mesmo tempo uma realização cientifica excepcionalmente bela e um momento de veneração.
Acreditar faz bem para a saúde, Leo Pessini reflete e apresenta a tentativa de provar cientificamente por parte de cientistas e pesquisadores contemporâneos de que ter fé, cultivar uma religião é fator decisivo para se viver mais de uma forma saudável. No tema faz a seguintes citações: A Revista Newsweek, que traz uma matéria de capa o titulo de autoria de Claudia Kalb, Deus e saúde. A religião seria um bom remédio? Deus tinha sido banido da prática clinica, passa a ser valorizado. “Sir John Templeton investe 30 milhões de dólares anuais em projetos científicos para explorar a natureza de Deus”. O medico Jerome Groopman no seu livro Anatomia da esperança descreve sobre a meditação e os efeitos do otimismo e fé sobre a saúde. Dr. David Servan-Schreiber relata que até muito recentemente não se sabia, que a harmonia e conexões emocionais são necessidade biológicas, que se situam praticamente no mesmo nível da alimentação, ar e controle de temperatura. O Prof. Richard Sloan, diz que não acredita que a religião tenha um lugar na medicina e que incentivar os pacientes para práticas espirituais pode mais causar dano que bem, mas que os médicos devem se sentir livre para encaminhar os pacientes para os capelães hospitalares, e que ninguém duvida que em tempos difíceis, a religião traz conforto para um grande numero de pessoas. Harold Koeming acredita que existe uma crescente evidencia que aponta para os efeitos positivos da religião sobre a saúde e que afastar a espiritualidade da clínica é uma irresponsabilidade. O NIH-EUA também tem pesquisado sobre, Llynda H Pawell pesquisadora que revisando 150 trabalhos na área, descobriu que há 25% de redução de mortalidade em relação a pessoas que freqüentam igreja e que não freqüentam para ela isto é poderoso. Também tem efeitos diretos na imunológica, no estresse corporal. Patrick Tehiller diz que como medico, não posso dizer que esta cura é milagrosa. Mas como católico praticante, posso. Sita ainda Kenneth Pargamente, que pesquisa mais 600 pacientes dos que acredita que doença e punição de Deus são 30%, são mais suscetíveis a morte. Acredita-se que ambientes humanizados são fatores de saúde e cura.
Reflexões finais, Leo Pessini faz uma citação de Albert Einstein que escreveu: A ciência sem religião é incompleta, a religião sem ciência e cega. È provável que ele não acreditasse em um deus pessoal ou Bíblico, mas os fatos da ciência levaram-no a inevitável conclusão que ambos, Deus e ciência devem coexistir. De um período de fechamento e até hostilidade da medicina cientifica em relação a temática, fé/espiritualidade e cura presenciamos hoje uma grande abertura, profunda inquietação e espírito de busca, pesquisadores realizam muitos estudos tentando mensura cientificamente os efeitos da fé e espiritualidade sobre a saúde humana. Até o momento os resultados não são precisos. A discussão entre fé/espiritualidade/doença/cura/saúde não vai cessar tão cedo o autor acredita que estar apenas no inicio diz ele, envolve cientistas, pesquisadores que se definem cético, agnósticos, ateus e crentes piedosos. Contudo Deus não se deixa revelar como prisioneiro de circuitos digitais da inventividade cientifica, e muito menos no âmbito da razão humana orgulhosa de si. Na perspectiva cristã, temos a convicção e certeza que Deus é amor, onde existe amor ai estar Deus, a vida se afirma e a saúde é uma realidade palpável.
Por Herbert Amorim, EAD - turma 6.
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