MEU TESTEMUNHO PESSOAL
01.Primeiramente, aí vai uma explicação simples de como funciona a
dinâmica da homossexualidade do meu ponto de vista: Cristãos que
lutam com esse tipo particular de tentação, tem que "guerrear" em
duas frentes: contra "a igreja militante"(que não aceita que cristãos
tenham esse tipo de tentação, mas negue-a por toda a vida) e contra "os
militantes gays"(que não admitem que ninguém enfrente isso como luta, mas
aceite passivamente a sua condição). Além do mais, tem de conviver com suas
"fontes de tentação"(pessoas do mesmo sexo), como "os demais
mortais" não convivem; pois é muito comum que pessoas do mesmo gênero se
vejam nuas umas diante das outras em muitas situações do cotidiano, embora seus
mecanismos de atração funcionem como dos heterossexuais, só que direcionados
para "objetos invertidos". Neste ponto, é bom lembrar que as
tentações homossexuais, bem como as outras tentações, são de certo modo
"personificadas" pois, "...Cada um, porém, é tentado pela sua
própria cobiça..." Tiago 1.14, neste caso, cada um é tentado por outros
que apresentam certas características das quais "sente-se carente". A
meu ver, essa carência é fruto da
história de vida e de escolhas erradas.
02. Um pouco de meu histórico pessoal: no meu caso em particular (sobre
o qual posso também falar pessoalmente). Fui nascido e criado numa Igreja
Cristã Histórica, onde em criança, tomei minha decisão por Jesus, que vem me
convertendo ao longo de minha pequena vida. Sofri abusos e muitas perdas em
minha infância e, "desde que me entendo por gente" tive que lidar com
o dilema da homossexualidade. Neguei primeiramente para mim mesmo e depois
para o mundo inteiro, mas sempre falava com Deus a respeito, por achar que
somente Ele me entenderia e poderia dar um jeito nisso. Minha adolescência
foi moralmente suja e típica de "um menino-homem" do interior do
nordeste brasileiro, mas religiosamente perfeita(vivi na igreja o tempo todo).
Viver "dentro da igreja" desde que nasci, trouxe-me certa proteção
contra outros e contra eu mesmo. As paixões de minha vida foram todas por
meninas cristãs. E embora tenha tido alguns momentos ruins em minha juventude
(que passei quase toda dentro de seminários), continuei convivendo com meus
dilemas homossexuais como tentações que não pretendia ceder jamais. E para me
assegurar disso, construí verdadeiras fortalezas em minha volta, às quais eu
pensava, me manteriam longe do pecado. E isso de fato aconteceu durante a maior
parte de minha vida, mas essas mesmas fortalezas, mantiveram todas as
pessoas em minha volta distantes o suficiente para não desenvolver intimidade
com ninguém; logo, não tinha nenhum amigo. Tornei-me legalista, rígido, religioso
ao extremo, profundamente solitário e finalmente depressivo. Eu consigo ver
isso hoje, na época me considerava um homem correto e acima de qualquer
suspeita.
03. O longo processo de meu pecado e confissão: A mulher com
quem me casei encontrou acidentalmente, uma confissão de minhas tentações
homossexuais ( escritas por mim, com o propósito de enviar a um
psicólogo cristão de São Paulo), quando eu tinha 29 e ela 24 anos. Naquela
época eu reagi defensivamente e reprimi qualquer possibilidade de conversar
sobre o assunto ou tratar a questão. Por causa daquelas
confissões, nós tivemos uma crise conjugal, mas mediante a minha reação,
ela se calou e eu também. As tentações continuaram vivas dentro de mim, mas eu
achava que as manteria "sob meu controle" com os recursos que
dispunha("as fortalezas que construí em minha volta"), porém, isso
não aconteceu. No início de minha "crise dos quarenta", fizemos um
bom acerto em nosso relacionamento conjugal, do qual colhemos muitos frutos até
a nossa separação. Mas à medida que "a minha crise dos quarenta"
avançava, e após completar 41 anos(não sei precisar exatamente minha idade na
época), eu enfrentei minha primeira fase de quedas(todas fora da igreja),
confissões a Deus e vitórias parciais. Durante este período, eu fiz várias
tentativas de aproximação com homens e profissionais cristãos com o propósito
de confessar meu pecado, mas não tive coragem. Em 2004, em decorrência de
minha luta solitária contra o pecado e meu excesso de trabalho, eu assumi
diante de minha família e igreja que estava numa crise depressiva profunda e
precisava de ajuda urgente. Comecei meu tratamento psiquiátrico e
psicoterapêutico com profissionais cristãos, e em agosto de 2005, já
de licença médica e afastado do ministério por causa da doença, incentivado por
uma amiga, apoiado pela família e ajudado por vários irmãos de fé, participei
de um retiro de silêncio e oração no sul do Brasil, de onde trouxe um adereço
cristão, símbolo de tudo que passou a acontecer em minha vida desde então.
Neste período, experimentei mudanças interiores significativas, que tiveram
grande repercussão positiva em meu comportamento geral. Por causa dessas
mudanças, tive que enfrentar grande oposição por parte de muita gente próxima
de mim, especialmente de alguns “religiosos”. Neste retiro no sul ao qual me
referi, pela primeira vez contei toda a minha história de vida e confessei todo
o meu pecado; fui acolhido, recebi o perdão de Deus e vivi em vitória por quase
um ano. Ao voltar desta viagem entreguei o ministério que estava sob os meus
cuidados na época(uma igreja local) e assumi a Missão de "Cuidador de
Cuidadores" a nível nacional, vivendo um tempo de vitória sobre a
homossexualidade. Depois deste tempo e após uma consulta médica que me fez
muito mal, passei a enfrentar uma segunda fase de quedas, confissões a Deus, a
um profissional cristão e a experimentar vitórias parciais. Em dezembro de 2009
questionado pela mulher com quem me casei, resolvi responder às suas
perguntas abrindo-me parcial e depois totalmente a respeito de meu pecado.
Ela disse que me perdoava, mas não conseguiria mais conviver maritalmente
comigo. A partir daí nos separamos. Em março/2010 eu lhe concedi a
separação judicial e no final de outubro/2010, atendendo também ao seu pedido
eu lhe concedi o divórcio consensual.
04. Como estou vivendo hoje: me refugiei debaixo da graça de
Deus, passei por toda a "rodada de confissões"(família, igreja local
e nacional, e algumas pessoas em particular que julguei
necessário) encontrei perdão, graça e muita misericórdia diante de Deus e
dos homens. Além do afastamento do ministério cristão, por causa do pecado,
fiquei de licença médica por causa da depressão, que voltou bem mais forte
do que da primeira vez. Minha filha casada, juntamente com meu genro, ambos
líderes cristãos ativos, me convidaram para morar com eles, onde passei a maior
parte do ano de 2010. Meu filho solteiro é também um líder cristão ativo e como
a irmã, tem sido um grande apoio para mim. Tenho participado de reuniões de
grupos cristãos de apoio e da vida comunitária da igreja, continuo meus
tratamentos de saúde(psiquiátrico e psicoterapêutico). E isso tudo, Deus tem
usado para melhorar a minha saúde como um todo e me tornar solidário a homens e
mulheres que precisam lidar com a homossexualidade (e o divórcio), numa
perspectiva cristã. Atualmente, tenho como minha missão principal:
auxiliar pessoas que caíram na prática da homossexualidade; cooperar com a
igreja no cuidado destas pessoas e trabalhar com famílias, visando especialmente
a prevenção de abusos sexuais infantis . Para isto, o
Senhor me pôs num ministério cristão de ajuda a pessoas que sofrem no contexto
da vida ministerial, onde posso ajudar em várias áreas e receber suporte em
todos os sentidos para cumprir minha missa.
Enquanto persistirem minha condição e convicções atuais, resolvi
viver sozinho, mas bem acompanhado por Deus e seus anjos, com o propósito de
ter uma vida de serviço exclusivo a Jesus e aos irmãos.
05. O que posso falar sobre libertação: Com base na
palavra de Deus, na tradição cristã e em minha caminhada pessoal, todos nós
independente do tipo de tentação que enfrentamos, seremos libertos totalmente
delas, somente no céu; de modo que com raríssimas exceções(só conheço um caso
no grande universo de cristãos que praticaram a homossexualidade) os
irmãos que lutam com essa questão, caso não haja um milagre de Deus, terão
que lutar até o encontro com "...o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual
ao corpo de sua glória...(Filipenses 3.20,21), enquanto isso, penso que
o celibato voluntário é uma alternativa bíblica, ainda
aplicável para o nosso tempo; até porque, quando o Senhor é o nosso Pastor, não
precisamos de mais nada. (Salmo 23.1).
Quero terminar, dizendo que não tenho prazer em falar sobre essas coisas, a não ser (como é o caso aqui), em circunstâncias que resultem em glória para o nosso Deus, vitória para nossos irmãos e irmãs e instrumentos da Graça que a igreja pode usar para ser misericordiosa prevenindo abusos e salvando pecadores deste tipo, e dos outros tipos também; neste sentido, pretendo publicar meu testemunho e este é um primeiro ensaio, embora já perdi a conta de quantas vezes o contei verbalmente nestas mesmas circunstâncias. Se você quiser mais informações sobre ministérios de ajuda a pessoas que lidam com essa questão, você pode entrar em contato com www.exodus.org.br . Caso queira um contato comigo, favor enviar e-mail para: valdemar51.psi@gmail.com ou ligar em meu Tim (62) 8201-4454
Em Jesus, o Amado Eterno que nos fez Eternamente Amados, seu irmão Valdemar.
Quero terminar, dizendo que não tenho prazer em falar sobre essas coisas, a não ser (como é o caso aqui), em circunstâncias que resultem em glória para o nosso Deus, vitória para nossos irmãos e irmãs e instrumentos da Graça que a igreja pode usar para ser misericordiosa prevenindo abusos e salvando pecadores deste tipo, e dos outros tipos também; neste sentido, pretendo publicar meu testemunho e este é um primeiro ensaio, embora já perdi a conta de quantas vezes o contei verbalmente nestas mesmas circunstâncias. Se você quiser mais informações sobre ministérios de ajuda a pessoas que lidam com essa questão, você pode entrar em contato com www.exodus.org.br . Caso queira um contato comigo, favor enviar e-mail para: valdemar51.psi@gmail.com ou ligar em meu Tim (62) 8201-4454
Em Jesus, o Amado Eterno que nos fez Eternamente Amados, seu irmão Valdemar.
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