segunda-feira, 20 de agosto de 2012

TESTEMUNHO PESSOAL DE Ir Waldemar.


                                         MEU TESTEMUNHO PESSOAL
 01.Primeiramente, aí vai uma explicação simples de como funciona a dinâmica da homossexualidade do meu ponto de vista: Cristãos que lutam com esse tipo particular de tentação, tem que "guerrear" em duas frentes: contra "a igreja militante"(que não aceita que cristãos tenham esse tipo de tentação, mas negue-a por toda a vida) e contra "os militantes gays"(que não admitem que ninguém enfrente isso como luta, mas aceite passivamente a sua condição). Além do mais, tem de conviver com suas "fontes de tentação"(pessoas do mesmo sexo), como "os demais mortais" não convivem; pois é muito comum que pessoas do mesmo gênero se vejam nuas umas diante das outras em muitas situações do cotidiano, embora seus mecanismos de atração funcionem como dos heterossexuais, só que direcionados para "objetos invertidos". Neste ponto, é bom lembrar que as tentações homossexuais, bem como as outras tentações, são de certo modo "personificadas" pois, "...Cada um, porém, é tentado pela sua própria cobiça..." Tiago 1.14, neste caso, cada um é tentado por outros que apresentam certas características das quais "sente-se carente". A meu ver, essa carência é      fruto da história de  vida e de escolhas erradas.
02. Um pouco de meu histórico pessoal: no meu caso em particular (sobre o qual posso também falar pessoalmente). Fui nascido e criado numa Igreja Cristã Histórica, onde em criança, tomei minha decisão por Jesus, que vem me convertendo ao longo de minha pequena vida. Sofri abusos e muitas perdas em minha infância e, "desde que me entendo por gente" tive que lidar com o dilema da homossexualidade. Neguei primeiramente para mim mesmo e depois para o mundo inteiro, mas sempre falava com Deus a respeito, por achar que somente Ele me entenderia e poderia dar um jeito nisso. Minha adolescência foi moralmente suja e típica de "um menino-homem" do interior do nordeste brasileiro, mas religiosamente perfeita(vivi na igreja o tempo todo). Viver "dentro da igreja" desde que nasci, trouxe-me certa proteção contra outros e contra eu mesmo. As paixões de minha vida foram todas por meninas cristãs. E embora tenha tido alguns momentos ruins em minha juventude (que passei quase toda dentro de seminários), continuei convivendo com meus dilemas homossexuais como tentações que não pretendia ceder jamais. E para me assegurar disso, construí verdadeiras fortalezas em minha volta, às quais eu pensava, me manteriam longe do pecado. E isso de fato aconteceu durante a maior parte de minha vida, mas essas mesmas fortalezas, mantiveram todas as pessoas em minha volta distantes o suficiente para não desenvolver intimidade com ninguém; logo, não tinha nenhum amigo. Tornei-me legalista, rígido, religioso ao extremo, profundamente solitário e finalmente depressivo. Eu consigo ver isso hoje, na época me considerava um homem correto e acima de qualquer suspeita.
03. O longo processo de meu pecado e confissão: A mulher com quem me casei encontrou acidentalmente, uma confissão de minhas tentações homossexuais ( escritas por mim, com o propósito de enviar a um psicólogo cristão de São Paulo), quando eu tinha 29 e ela 24 anos. Naquela época eu reagi defensivamente e reprimi qualquer possibilidade de conversar sobre o assunto ou tratar a questão. Por causa daquelas confissões, nós tivemos uma crise conjugal, mas mediante a minha reação, ela se calou e eu também. As tentações continuaram vivas dentro de mim, mas eu achava que as manteria "sob meu controle" com os recursos que dispunha("as fortalezas que construí em minha volta"), porém, isso não aconteceu. No início de minha "crise dos quarenta", fizemos um bom acerto em nosso relacionamento conjugal, do qual colhemos muitos frutos até a nossa separação. Mas à medida que "a minha crise dos quarenta" avançava, e após completar 41 anos(não sei precisar exatamente minha idade na época), eu enfrentei minha primeira fase de quedas(todas fora da igreja), confissões a Deus e vitórias parciais. Durante este período, eu fiz várias tentativas de aproximação com homens e profissionais cristãos com o propósito de confessar meu pecado, mas não tive coragem. Em 2004, em decorrência de minha luta solitária contra o pecado e meu excesso de trabalho, eu assumi diante de minha família e igreja que estava numa crise depressiva profunda e precisava de ajuda urgente. Comecei meu tratamento psiquiátrico e psicoterapêutico com profissionais cristãos, e em agosto de 2005, já de licença médica e afastado do ministério por causa da doença, incentivado por uma amiga, apoiado pela família e ajudado por vários irmãos de fé, participei de um retiro de silêncio e oração no sul do Brasil, de onde trouxe um adereço cristão, símbolo de tudo que passou a acontecer em minha vida desde então. Neste período, experimentei mudanças interiores significativas, que tiveram grande repercussão positiva em meu comportamento geral. Por causa dessas mudanças, tive que enfrentar grande oposição por parte de muita gente próxima de mim, especialmente de alguns “religiosos”. Neste retiro no sul ao qual me referi, pela primeira vez contei toda a minha história de vida e confessei todo o meu pecado; fui acolhido, recebi o perdão de Deus e vivi em vitória por quase um ano. Ao voltar desta viagem entreguei o ministério que estava sob os meus cuidados na época(uma igreja local) e assumi a Missão de "Cuidador de Cuidadores" a nível nacional, vivendo um tempo de vitória sobre a homossexualidade. Depois deste tempo e após uma consulta médica que me fez muito mal, passei a enfrentar uma segunda fase de quedas, confissões a Deus, a um profissional cristão e a experimentar vitórias parciais. Em dezembro de 2009 questionado pela mulher com quem me casei, resolvi responder às suas perguntas abrindo-me parcial e depois totalmente a respeito de meu pecado. Ela disse que me perdoava, mas não conseguiria mais conviver maritalmente comigo. A partir daí nos separamos. Em março/2010 eu lhe concedi a separação judicial e no final de outubro/2010, atendendo também ao seu pedido eu lhe concedi o divórcio consensual.
04. Como estou vivendo hoje: me refugiei debaixo da graça de Deus, passei por toda a "rodada de confissões"(família, igreja local e nacional, e algumas pessoas em particular que julguei necessário) encontrei perdão, graça e muita misericórdia diante de Deus e dos homens. Além do afastamento do ministério cristão, por causa do pecado, fiquei de licença médica por causa da depressão, que voltou bem mais forte do que da primeira vez. Minha filha casada, juntamente com meu genro, ambos líderes cristãos ativos, me convidaram para morar com eles, onde passei a maior parte do ano de 2010. Meu filho solteiro é também um líder cristão ativo e como a irmã, tem sido um grande apoio para mim. Tenho participado de reuniões de grupos cristãos de apoio e da vida comunitária da igreja, continuo meus tratamentos de saúde(psiquiátrico e psicoterapêutico). E isso tudo, Deus tem usado para melhorar a minha saúde como um todo e me tornar solidário a homens e mulheres que precisam lidar com a homossexualidade (e o divórcio), numa perspectiva cristã. Atualmente, tenho como minha missão principal: auxiliar pessoas que caíram na prática da homossexualidade; cooperar com a igreja no cuidado destas pessoas e trabalhar com famílias, visando especialmente a prevenção de abusos sexuais infantis . Para isto, o Senhor me pôs num ministério cristão de ajuda a pessoas que sofrem no contexto da vida ministerial, onde posso ajudar em várias áreas e receber suporte em todos os sentidos para cumprir minha missa.  Enquanto  persistirem minha condição e convicções atuais, resolvi viver sozinho, mas bem acompanhado por Deus e seus anjos, com o propósito de ter uma vida de serviço exclusivo a Jesus e aos irmãos.
 05. O que posso falar sobre libertação: Com base na palavra de Deus, na tradição cristã e em minha caminhada pessoal, todos nós independente do tipo de tentação que enfrentamos, seremos libertos totalmente delas, somente no céu; de modo que com raríssimas exceções(só conheço um caso no grande universo de cristãos que praticaram a homossexualidade) os irmãos que lutam com essa questão, caso não haja um milagre de Deus, terão que lutar até  o encontro com "...o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo de sua glória...(Filipenses 3.20,21), enquanto isso, penso que  o celibato voluntário é uma alternativa bíblica, ainda aplicável para o nosso tempo; até porque, quando o Senhor é o nosso Pastor, não precisamos de mais nada. (Salmo 23.1).
Quero terminar, dizendo que não tenho prazer em falar sobre essas coisas, a não ser (como é o caso aqui), em circunstâncias que resultem em glória para o nosso Deus, vitória para  nossos irmãos e irmãs e instrumentos da Graça que a igreja pode usar para ser misericordiosa prevenindo abusos e salvando pecadores deste tipo, e dos outros tipos também; neste sentido, pretendo publicar meu testemunho e este é um primeiro ensaio, embora já perdi a conta de quantas vezes o contei verbalmente nestas mesmas circunstâncias. Se você quiser mais informações sobre ministérios de ajuda a pessoas que lidam com essa questão, você pode entrar em contato com 
www.exodus.org.br . Caso queira um contato comigo, favor enviar e-mail para: valdemar51.psi@gmail.com ou ligar em meu Tim (62) 8201-4454

Em Jesus, o Amado Eterno que nos fez Eternamente Amados, seu irmão Valdemar.

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