sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

" Tudo debaixo do Sol é Vaidade"

Nesse encontro o convite é para entrarmos em nosso jardim particular e buscarmos a primeira essência. E isso nada tem haver com a expressão comumente usada “primeiro amor” em menção aos primeiros dias de nossa caminhada religiosa. É um chamado a reconhecer que a existência humana só é transformada em vida quando vista e vivida sob a ótica da Graça divina. Nisso recordo- me que um dia ouvi de um pastor a seguinte afirmação: “- a única coisa que nos faz diferente do Fernandinho Beira-mar é a graça de Deus”. No entanto, de uma maneira geral, ao que me parece vivemos, todos nós: gregos e troianos, judeus e gentis, santos e profanos, alienados (como quem não sabe) ou estranhados (como quem não aceita) tão misericórdia. Buscamos, assim, nós mesmos dar sentido a vida. E sem a mística, nos deparamos com a Vida como ela é Vaidosa. Enraizamos nossa existência em momentos de euforia e boemia, descomprometida com a vida, com o outro. Alegria vazia. De que serve? indaga o Rei. Vivemos ora fugindo da realidade, ora em busca de poder, de novos saberes, de realizar grandes coisas, de acumular riquezas. E debaixo do sol isso é vaidade. Saber, poder e riqueza que domina as massas, mas não impede que o sábio e poderoso viva as mesmas mazelas e sofrimentos da alma dos quais padecem, também, o insensato, pois o feitio é do mesmo pó e a raça é a mesma, Humana. O poeta, autor, existencialista diz ter visto opressores e oprimidos em suas relações de Vaidade. Nós também. Todos os dias, nas diversas instituições: família, igreja, escolas sem que se perceba o quanto são dolorosas e adoecedoras as violências praticadas, pois vêm respaldadas pelo discurso favorável. É uma forma pedagógica de Educar, de Esmerilhar, até de Amar, de Santificar e de Religar a Deus. Nós e nossa Vaidade de querermos ser o Espírito Santo que restaura e o Cristo que resgata. Vez por outra ouço um amigo e pastor dizer: estamos orando pouco. Orar ainda é a maneira mais simples de entrarmos em nosso jardim particular e falarmos com Deus. Sem barganhas, sem autopiedade, sem delongas, sem firulas. Nós e ele. E assim podermos dizer, quem sabe: Resgata-me Senhor! Todos os dias de minha sede de poder e saber sobre o outro, de meus ciúmes e inveja que fazem as minhas produções, improdutivas. Resgata-me do meu descomprometimento com o outro e com a vida plena de sentido. Resgata- me de viver bem o dia da prosperidade e em desespero o dia ruim. Resgata-me de viver uma vida cheia de religiosidade e vazia de tua essência. Resgata-me de não me perceber vaidoso, vaidosa para que eu não oprima e violente o outro em nome de Deus e perca a oportunidade de ser misericordioso e de experimentar a misericórdia. Resgata-me de correr atrás do vento e de espalhar um Cristo não humano, inacessível, que não se pode achar. Possibilita- me Senhor! Viver o melhor da vida em cada circunstância, sem exageros e saciar meu coração humano com o fruto da tua graça e da paz que só encontro em Ti, Amém. E isso, também, abaixo do Sol é vaidade...
By Edna Morais de Lima

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